A vida familiar é o instrumento, por excelência, para que a evolução espiritual do Homem aconteça. Tudo começa na família. A frase tão preconizada “a família é a sede da sociedade”, não é uma mera retórica, um chavão. Ela é a base da sociedade porque na convivência familiar – com o pai e a mãe cuidando dos filhos, de uma forma mais direta, que começamos a ensaiar, o ideal de humanidade, de afetividade, de companheirismo em que o ser humano é convidado a aprofundar esses valores, na grande mudança em que se avizinha, para um planeta melhor, mais regenerado, onde os Espíritos que aqui habitarão, serão voltados ao Bem e ao Amor.

    A evolução é paulatina. Quanto mais evoluído for o ser humano, mais fortes serão os laços de família, fortalecendo a sociedade melhor do futuro. Fazendo o contrário, abolindo os laços de família, o egoísmo atingiria o auge. Podemos viver sozinhos, poderemos formar famílias “modernas”, que se reúnem ocasionalmente, tornando a situação social muito difícil para todos; pois se os familiares não se amam entre si, como poderão amar os outros? Portanto, é fundamental que nos dediquemos, com todas as forças possíveis, à consolidação da função colaborativa da família, aprendendo a nos amar.

    Dessa necessidade, do ser humano viver em sociedade é que surge um dos maiores desafios: a relação familiar. Nos amarmos não é uma tarefa fácil, principalmente em família, o laboratório divino, onde surgem muitas dificuldades de convivência, porém onde também surgem as nossas melhores virtudes da paciência, da tolerância, da fraternidade.

    A Doutrina Espírita nos explica que as dificuldades, surgidas nos relacionamentos familiares, são empecilhos momentâneos do aprendizado do amor, mas, com toda a certeza são sempre convites ao verdadeiro amor. É na relação familiar que encontramos situações de pessoas que se amam profundamente. Por outro lado, podemos encontrar, também, pessoas que apenas se aturam, e até mesmo, se detestam, chegando, às vezes, a se odiarem. Como podemos explicar pai que detesta o filho, filho que detesta o pai? O Espiritismo nos ensina que não existe lei de ódio no Universo, somente a lei do Amor, portanto a família é o ambiente onde Deus reúne, muitas vezes, Espíritos inimigos para aprenderem a se amar. Somente a lei de causa e efeito e a reencarnação podem explicar. A família é o local divino, onde, muitas vezes, vamos encontrar pessoas que ferimos profundamente ou que nos feriram e que pela Misericórdia do Pai, somos reunidos novamente, em novas vestimentas corporais, para aprendermos a amar. O ser humano ama por escolha, por uso do livre-arbítrio. Normalmente as inimizades que trazemos de nosso passado, nos convidarão, em algum momento, a resolvermos esse antagonismo, no seio familiar. Portanto, vamos buscar forças na oração, no pedido sincero aos nossos benfeitores espirituais, para que possamos, desde já, nesta encarnação, aceitar os nossos familiares, como eles são, perdoando-os e pedindo-lhes perdão, sempre que necessário, e, com certeza, teremos o amparo necessário para aprendermos a amá-los, como Jesus nos ensinou.