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08/03/2024
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O Poder da Palavra: “A boca fala do que está cheio o coração”

    A palavra é um dom divino, mas, infelizmente ainda muito mal aproveitada pela imensa maioria dos homens. Nossas palavras são vibrações sonoras recobertas por nossos sentimentos, e nossas ações e atitudes são o resultado da interpretação e assimilação dessas vibrações através do nosso campo mental. Palavras comunicam mais do que simples ideias. Sobretudo quando falamos sobre fé, convicções, valores, pessoas e ideais, expressamos mais do que meras opiniões: comunicamos um pouco de nós mesmos, do que está cheio o nosso coração. Quando falamos, exprimimos o nosso estado de ânimo momentâneo: de alegria, de preocupação, de impaciência, de cansaço, de medo, de entusiasmo. Assim é que, aqueles que convivem conosco percebem mudanças em nós, somente pelas emoções sentidas ao falarmos. Paulo de Tarso, em suas cartas aos Efésios, (4:29) nos alerta quanto ao conteúdo de nossa fala: “Não saia dos vossos lábios nenhuma palavra inconveniente, mas, na hora oportuna, a que for boa para edificação, que comunique graça aos que a ouvirem”. Ele nos diz que a palavra deve promover a boa edificação. Edificar é construir algo. Assim também, quando falamos, estamos construindo algo. Como manifestação da alma, sendo a “voz do pensamento”, a palavra traduz conhecimentos e sentimentos, convertendo vibrações mentais que alcançam entendimentos e sensibilidades, exercendo influências e despertando vontades. André Luiz, mentor de Chico Xavier assevera: “A palavra de bondade é semente de simpatia. O diálogo construtivo é terapêutica restauradora. Conversando, podemos criar saúde ou enfermidade, levantar ou abater, recuperar ou ferir. A nossa palavra, enfim, pode ser uma ofensa ou uma benção e é o uso dessa força que equilibra ou desequilibra, obscurece ou ilumina, ergue ou abate.” O Senhor Jesus atraía muitos por meio da fala. Ele esclarecia sobre as verdades eternas e sobre a necessidade de educarmos os nossos sentimentos para fazermos brilhar a nossa luz em tudo o que emanamos. No Evangelho de Mateus, (Cap.XV), está registrado um alerta do Mestre: “Ouvi e entendei. Não é o que entra pela boca o que faz impuro o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz impuro o homem. (...) porque do coração é que saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias.” Assim, fica a reflexão: o que nossas palavras, em geral, comunicam? Mentiras, intrigas, queixas, maledicências, tristeza, calúnias, maldições, adulação, frivolidade, autocompaixão, vanglória, impureza, ira, medo, desesperança?… Ou, ao contrário, sinceridade, fortaleza, serenidade, alegria, compaixão, profundidade, lealdade, bênção, otimismo, caridade e benignidade? O que doamos aos outros através das nossas conversas pessoais ou pelas redes sociais? Qual o conteúdo vibratório que emanamos através desse recurso com imensa força e poder? Palavra é doação de nós mesmos que retratam a nossa moral. Cada frase é semente viva e com ela plantamos o bem ou o mal, a saúde ou a doença, o otimismo ou o desalento, a vida ou a morte, naqueles que nos escutam, conforme as ideias edificantes ou destrutivas. Quando nosso coração compreende os ideais superiores do Evangelho, nossa inteligência aquire preciosos serviços de autofiscalização; e passamos a praticar as expressões da caridade que somente o silêncio pode reter sem que os outros percebam: a pergunta inoportuna contida a tempo, a observação ingrata silenciada, a desistência da queixa, a renúncia às discussões estéreis e aos comentários irrefletidos. 

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Postado por:

Samira José Turconi

Samira José Turconi

Samira José Turconi é bioquímica, sócia-fundadora da Associação Médico-Espírita da Serra Gaúcha, do Centro Espírita Allan Kardec e expositora da Doutrina Espírita.

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