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13/06/2025
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A omissão dos bons...

    “Por que, no mundo, tão amiúde a influência dos maus sobrepuja a dos bons?” “Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.” Com essa resposta à questão de número 932, Allan Kardec, em sua obra basilar, “O Livro dos Espíritos”, nos explica que a omissão dos bons permite a livre ação dos maus em todas as áreas da sociedade humana. O bem é tudo aquilo que está em conformidade com a Lei de Deus, e o mal é tudo aquilo que se afasta dela. Não obstante, com frequência nos comprometemos com o mal. Esta é, talvez, a maior contradição humana, inspirando a sábia observação de Paulo, na Epístola aos Romanos (7;19): “Porque não faço o Bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.” Potencialmente todo homem é bom, pois foi criado por Deus de infinito amor, justiça e bondade. E por que praticamos o mal? Os Espíritos foram criados simples e ignorantes e Deus deixa o livre-arbítrio para que cada um, escolha o caminho a seguir em sua trajetória evolutiva. A caminhada será mais longa para aquele que toma o mau caminho, porém todos chegaremos ao destino divino: a felicidade completa. E, Aristóteles definiu com simplicidade o assunto: a Felicidade consiste em fazer o Bem e o Espiritismo acrescenta que o Bem deve ser praticado desinteressadamente e para todos. Na verdade, a bondade está inextricavelmente ligada à felicidade e ao contentamento - tanto no nível psicológico quanto no espiritual. Atribui-se ao Martin Luther King uma frase de valor inquestionável: “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. Mais uma vez, o grande líder pacifista americano fez uma significativa remissão ao poder destruidor da omissão e da indiferença. Assim também deve ser conosco. Somos de fato muito tímidos quando nos defrontamos com o mal. Vivemos a era dos escândalos. Todos os dias, todas as horas, surgem inúmeros casos nas mais diversas partes do país. E o que vemos é o grito de poucos e o silêncio da omissão de muitos. Ainda não nos demos contas de que da nossa omissão criamos um quadro de apatia e aceitação de que tudo que acontece é comum, normal; com a nossa omissão permitimos que os sujeitos inescrupulosos continuem agindo com a maior naturalidade; com a nossa omissão colaboramos para que a geração dos nossos filhos e netos se tornem pior do que a nossa. Será que regredimos em termos de moralidade? Kardec registra na obra anteriormente citada que é preciso fazer o Bem no limite das forças humanas; porque cada um responderá por todo mal que resulte do Bem que não haja feito. A transição entre o Bem e o mal, a vitória das potencialidades divinas em nós, opera-se a partir de um ideal superior, algo em que o possamos focar nossa vida. É preciso que o ideal do Bem conquiste nossos corações! Que se semeie tanta luz que as sombras se retraiam! Que se exerça tanto a caridade que o egoísmo não encontre onde se apoiar! Que se pratique tanto a bondade que não haja espaço para a maldade! Então, sim, superando a omissão dos bons, o Bem preponderará!


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Postado por:

Samira José Turconi

Samira José Turconi

Samira José Turconi é bioquímica, sócia-fundadora da Associação Médico-Espírita da Serra Gaúcha, do Centro Espírita Allan Kardec e expositora da Doutrina Espírita.

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