Já contei das minhas vivências, mas acreditem, existem mais coisas a contar.

    Houve um tempo em que eu não tinha relógio de pulso , muito menos celular. Minha alternativa era olhar o relógio da parede e sair para ir à escola. Já na parada de ônibus, só restava esperar até o transporte chegar. Neste tempo, a espera era diferente do tempo da espera de hoje pois havia muitos fatores hoje também são diferentes, por exemplo: o horário do ônibus era aproximado, havia a incerteza da vinda ou não, e não tínhamos como conferir a hora enquanto esperávamos.

    O jeito era sair com uma boa antecipação, e ficar esperando até a hora que viesse. Não tínhamos o despertador, a soneca, a soneca da soneca, o “adiar 5 minutos”, e nem podíamos sair “em cima do laço” como habitualmente as pessoas fazem hoje.

    Jesus disse aos seus discípulos, que o tempo estava chegando. Disse para todos estarem vigilantes, pois a hora certa chegaria quando menos esperassem, e ninguém saberia, somente o Pai. Também na época de Noé, ninguém esperava o dilúvio, mas Noé tinha que estar preparado pois poderia acontecer a qualquer momento.

    Se pensarmos nas coisas que a gente espera, nos dias de hoje, seja uma promoção, seja uma oportunidade, seja uma notícia, enfim, poderíamos refletir sobre o que Jesus disse: estejam preparados e vigilantes, pois a hora vai chegar, e quem não estiver vigiando a sua casa não poderá protegê-lo do ladrão.

    Se preparar, vigiar e esperar...

    Hoje, esperar tornou- se uma das tarefas mais difíceis para o ser humano, a ansiedade, a vontade de mexer no celular, olhar a hora, além do hábito de sair o mais perto possível da hora para não ter que esperar.

    Aprendi com James Hunter em seu livro O Monge e Executivo, que precisamos respeitar o tempo do outro. Ou seja, se nosso compromisso é às 10:00hs, ao chegarmos às 9:30hs estaremos demonstrando respeito, interesse, preparo, para com o encontro. Se chegarmos às 10:00hs demonstramos que fizemos o que tinha que fazer, nada mais que isso, e se chegarmos no horário, mas com sinais de cansaço, mostraremos que não nos preparamos, porém ao chegarmos atrasados estaremos desrespeitando e desvalorizando o tempo do outro, ou a oportunidade que nos foi dada.

    O relógio precisa ser uma ferramenta a nosso favor, e não nós sermos escravos do seu tic-tac.

    Creio que a vida seja menos ansiosa para quem programa melhor o tempo, sai mais cedo do que o horário marcado. Por falar nisso, está chegando a hora de ir trabalhar, estou tranquilo, pois cheguei uma hora antes, consegui ler, rezar, escrever e ainda me restam quinze minutos para ir arrumar minha mesa antes de começar meu trabalho. Dará tempo ainda de dar bom dia para os colegas que chegam antes.