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A Enchente no Rio Grande do Sul e as mortes coletivas
Quando falamos no singular, a enchente no Rio Grande do Sul, nos referimos a essa tragédia que acometeu todo o estado, sem precedentes em nossa história. Não podemos comparar com as enchentes localizadas em diversos municípios que ocorreram recentemente, como a do ano passado, no vale do Rio Taquari, nem, tampouco, à enchente de 1941 na nossa capital. Estamos falando dessa catástrofe ambiental que assola todo nosso amado Rio Grande do Sul.
A Defesa Civil, divulgou os dados oficiais desse desastre (07/05) onde reporta um milhão e trezentas mil pessoas atingidas em 385 dos 497municípios do estado. Claro que ainda estamos vivenciando esse flagelo da Natureza, e sabemos que, infelizmente esses números irão aumentar, mas necessitamos tentar compreender, minimamente, o que está ocorrendo para podermos auxiliar, todos os necessitados com fraternidade e solidariedade.
Um dos problemas mais difíceis de ser enfrentado, pois a morte é sempre vista como mistério. Todos nós temos compromissos de reajuste perante a Lei que rege o Universo. Por que tantos morrem juntos em desastres? Haverá explicação para tantas ocorrências “aparentemente inexplicáveis”? Somente através da Misericórdia Divina, explicada pela Doutrina Espírita, é que podemos entender como se processa uma desencarnação coletiva como a que ocorreu na semana passada em nosso estado; sem nos revoltarmos, nem cairmos no fatalismo cego: “Deus quis assim!”
Essas ocorrências, chamadas catastróficas, que ocorrem em grupos de pessoas, em famílias inteiras, em toda uma cidade ou até em uma nação, não são determinismo de Deus, por ter infringido Suas Leis, o que tornaria assim, em fatalismo. Não. Na realidade são determinismos assumidos na espiritualidade, pelos próprios Espíritos, antes de reencarnar, com o propósito de resgatar velhos débitos e conquistar uma maior ascensão espiritual. O Espírito André Luiz, no livro Ação e Reação, afirma esses fatos: “nós mesmos é que criamos o carma e este gera o determinismo”. Os Espíritos Superiores possuem todo conhecimento prévio desses fatos supervenientes, tendo em vista as próprias determinações assumidas pelos Espíritos emaranhados na teia de suas construções infelizes, aí, providenciam equipes de socorros altamente treinadas para a assistência a esses Espíritos que darão entrada no plano espiritual. Mesmo que a desencarnação coletiva ocorra identicamente para todos, a situação dos traumas e do despertar dependerá, individualmente, da evolução de cada um. Estes fatos, mais uma vez André Luiz confirma: “se os desastres são os mesmos para todos, a “morte” é diferente para cada um”.
Assim, a Previdência Divina, com sua pré-ciência, aparelha circunstâncias de hora, dia e local, para congregar aqueles que assumiram tais resgates aflitivos, e, por outro lado, os que não vão fazer parte desse processo coletivo, por um motivo ou outro, não estarão presentes. Deus emprega vários meios para melhorar a Humanidade. Cada filho de Deus tem condições de progredir ao bem e ao mal, pelo desenvolvimento do seu conhecimento. O homem, porém, não aproveita esses meios. Deus permite, dessa forma, alguns sinistros eventos como essa tragédia, como uma prova para os homens exercitarem a paciência e a resignação perante a Sua vontade. Sendo Deus, infinitamente Bom e Justo, não podendo punir pelo bem que se fez, nem pelo mal que não se fez, se permite que sejamos punidos é porque fizemos o mal. Se não fizemos o mal nessa vida, é porque o fizemos em outra existência. Que tenhamos a certeza de que o amor de Deus é incomensurável e existe uma razão espiritual para as tragédias coletivas. Tudo tem uma finalidade útil. O Pai nos proporciona sempre, a sua Eterna Misericórdia. Oremos por todo o povo gaúcho!