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15/03/2024
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As redes sociais e a inveja

    O Dicionário Larousse Cultural define a inveja como o “Sentimento de pesar ou desgosto diante da felicidade ou da superioridade de outrem. Desejo intenso de possuir o que é de outrem.” A inveja é uma das faces do egoísmo, de mãos dadas com o ciúme, é um estado de alma que aprisiona o Espírito à inferioridade. A inveja nasce do despeito de quem observa o bem-estar e o sucesso da originalidade das criaturas que são o que querem ser e que fazem as coisas de modo como querem fazer. Os invejosos examinam-se constantemente e, ao mesmo tempo, cobiçam as habilidades dos outros, sejam elas materiais, pessoais, psicológicas, emocionais, espirituais ou religiosas. Possuem uma amargura íntima em face da constatação da prosperidade e do progresso de seu semelhante. Pesquisadores afirmam que a comparação com outras pessoas afeta a autoestima. Uma possibilidade é a teoria da comparação social. As redes sociais podem alimentar sentimentos de inveja e frustração se decidirmos que o valor de nossa vida social e pessoal varia em função de como vai o resto. Porque, sejamos sinceros, a maioria tende a compartilhar seu melhor momento ou foto do dia, e isso pode gerar a falsa ideia de que a vida dos nossos amigos é maravilhosa, e que a nossa não faz sentido, desenvolvendo assim, um sentimento de inveja. “A grama do vizinho é sempre mais verde”. O ditado famoso na cultura popular brasileira pode explicar por que os viciados em redes sociais podem estar mais propensos a desenvolver inveja, ansiedade e depressão. É importante ressaltar que a maioria das pessoas se expõe nas mídias sociais, onde costumam postar apenas coisas boas da própria vida. No entanto, se não percebemos que isso está acontecendo e tentamos nos comparar, sentiremos que, de fato, não estamos no mesmo patamar que nossos amigos. A Doutrina Espírita nos esclarece que, sendo o homem construtor direto do seu destino e, em consequência, da sua felicidade ou desgraça moral ou física, ele próprio é o responsável por cultivar sentimentos infelizes e por consequência da lei de Causa e Efeito, colher o turbilhão de sofrimentos que lhe advém. Com um pouco de observação de nós mesmos, facilmente reconheceremos as manifestações de inveja que, até mesmo de forma sutil, podem limitar o necessário esforço que devemos desenvolver para elevar o padrão de nossos sentimentos. A inveja reflete a fragilidade em que, como Espíritos imperfeitos, ainda vivemos, deixando-nos consumir em desejos inconsistentes, até mesmo, ilusórios, principalmente de ordem material, em lugar de lutar pelas conquistas dos valores eternos que enobrecem o Espírito. Vivemos no permanente erro de sempre culparmos alguém pelos males que sofremos, como fuga a um olhar corajoso para dentro de nós mesmos, onde encontraríamos as causas, remotas ou próximas, das aflições de hoje. Para transformarmos essas vibrações resultantes da inveja, devemos realizar o autoconhecimento, analisando os nossos impulsos, as nossas reações, os nossos sentimentos e as nossas ações. Neste momento identificaremos as causas provocadoras daqueles efeitos que se manifestam em nosso íntimo e compreenderemos, pela análise, os motivos e as consequências dos nossos atos exteriores. Efetivamente, esse é o ponto inicial para realizarmos as nossas transformações, mas o trabalho de mudança dos hábitos que estamos acostumados, prossegue com o esforço da nossa vontade, sem limitações ou previsões de tempo. Embora possamos conhecer nossos vícios e defeitos, as mudanças só se fazem com muito trabalho, perseverança e paciência. Então, comecemos!


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Postado por:

Samira José Turconi

Samira José Turconi

Samira José Turconi é bioquímica, sócia-fundadora da Associação Médico-Espírita da Serra Gaúcha, do Centro Espírita Allan Kardec e expositora da Doutrina Espírita.

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