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23/02/2024
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Neutralidade

    Durante toda nossa história, o Brasil já tem firmada a sua posição de “neutralidade” diante do conflito. Historicamente, essa postura é assumida pela diplomacia brasileira diante de impasses internacionais, com raras – e discretas – exceções.

    De modo algum estou justificando ou aceitando o sacrifício dos nossos patrícios da Gaza e região patrocinados por Israel de uma forma injustificável e covarde face as vítimas civis palestinas.

    Porém o comportamento de nosso Presidente a comparar os acontecimentos com o Holocausto que dizimou seis milhões de judeus a mando de Hitler é algo desproporcional, inconsequente e irresponsável, notadamente, porque, até esta posição, outras, assumida historicamente, fazia da diplomacia brasileira uma das mais referenciadas mundialmente.

    A neutralidade é a situação de um Estado que, dentro de um conflito, não se envolve nas hostilidades e opta por não apoiar nenhum lado. É essa a ideia de neutralidade que corresponde à posição do Brasil nos últimos 200 anos.

    O Brasil tem uma postura equidistante, isso traz vantagens, como manter o fluxo comercial com as nações, além de uma visão positiva da promoção da paz no mundo. É uma postura que defende princípios fundamentais, busca entender todos os lados, mas, ao mesmo tempo, não se envolve.

    Seja em conflitos regionais ou em disputas globais, o Brasil tem um extenso histórico de neutralidade. Ainda que, em raras exceções, sinalize para um dos lados da disputa, esse envolvimento costuma ser tímido se comparado a outras nações.

    O Brasil tem sua conduta baseada em alguns princípios internacionais, já que não tem forças armadas poderosas. Então, o País costuma recorrer aos foros internacionais, ao direito internacional, e ter protagonismo, sempre guiado por princípios da Constituição Brasileira e das Nações Unidas, que defendem a independência das nações, a prevalência dos direitos humanos, a autodeterminação, a solução pacífica, a cooperação dos povos, entre outros.

    Diante da posição de Lula de não se retratar da declaração em que comparou a guerra de Israel contra o Hamas com o Holocausto, o governo de Israel vai manter o presidente brasileiro como persona non grata e avaliar os próximos movimentos. Lamentável.

    Indubitavelmente, se Lula não se retratar é um erro que tira o Brasil da condição de país neutro e equilibrado que costumava ter historicamente ao tratar do conflito árabe-israelense, e coloca o Brasil distante de países do mundo livre como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e França e que pode haver um crescimento do antissemitismo no país.


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Postado por:

Flavio Green Koff

Flavio Green Koff

Flávio Green Koff é Advogado, Pós-Graduação Lato Sensu em Gerente de Cidade – “City Manager”, pela Fundação Armando Álvares Penteado, concluída em novembro de 2002.

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