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01/12/2023
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Separações e distanciamentos

    Eram dois. Repletos de sonhos, experiências e sorrisos. Conheceram-se por acaso, pois tudo que é interessante ocorre por acaso. Não planejaram, hesitaram, mas entrelaçaram-se as mãos e seguiram juntos o caminho do desconhecido. Deixaram que o fluxo do Universo irrompesse com aquele devaneio meio juvenil, meio adulto. Os devaneios que todos os apaixonados sentem.

    Tudo fluía, tudo rumava, tudo apaixonava. Ela uma pessoa que encarava tudo, queria viver tudo aquilo com fervor, com o coração. Queria dominar o mundo junto com Ele. Ele já era mais comedido, desconfiado, encarcerado em seu mundo de medos, bloqueios e vergonhas. Um rapaz bonito, viajante em seus sonhos mentais, amante das energias cósmicas, mas principalmente, senhor de seu mundo. Enquanto Ela, que compartilhava de muitos gostos parecidos com os dele, era mais agitada, poderia-se dizer que com algumas manias. Ele era mais calmo, comedido, pensante.

    Ficavam horas e horas conversando, nunca faltava assunto. Gargalhavam homéricamente, sem se importar se a piada era muito pertinente. Viajaram algumas vezes, contemplaram a lua outras tantas vezes. Ela, mais romântica, escrevia cartas, dava flores, inventava presentes. O amor era tão grande, que Ele conseguia sempre cativar a criatividade dela. Ele, mais pés no chão, não tão romântico, um pouco duro em demonstrar seus sentimentos. Sentimentos que até hoje são percebidos em seu olhar, quando a encontra.

    Falavam-se todos os dias, por mensagens, ligações, pessoalmente. Possuíam e ainda possuem uma ligação que vai além do tempo-espaço. Uma ligação de vidas, de eras, de espírito. Não estão mais juntos como amantes. Infelizmente algumas dificuldades terrenas os fizeram separar suas almas fisicamente. Ela tinha alguns defeitos e manias que para Ele eram difíceis de lidar. Ela lutou bravamente por um longo tempo para que o relacionamento pudesse ser retomado. Mudou, se aperfeiçoou, buscou o autoconhecimento, o crescimento espiritual, mas já era tarde. Já era tarde para que Ele visse isso nela. Era tarde para que Ele pudesse proporcionar outra oportunidade para o casal. Ele já não sentia suas mãos gelarem ao vê-la, sua face não enrubescia mais. Ele não sentia mais calafrios e não contava mais as horas, minutos, segundos para tê-la em seus braços. O tempo não parava mais quando estavam juntos. Ele esfriou. E não foi culpa dele, de forma alguma. Assim é a vida. Alguns medos, lembranças, receios ou desventuras fazem as pessoas mudar, ou simplesmente não ansiarem mais por algo. Não existem


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Diego Cettolin

Diego Cettolin

Diego Cettolin é Administrador de empresas, Pós-Graduado em marketing e acadêmico em Direito.

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