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17/11/2023
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Voando

    Dizem por aí que o tempo voa e, ao que parece, os que dizem têm razão… Creio que em cada fase da vida esse voo tem uma configuração diferente.

    Quando era criança o tempo era pouco para tanta coisa, ainda mais porque desde muito pequeno já tinha as minhas tarefas, e meu pai deixava um pequeno espaço de tempo para eu brincar. O tempo das tarefas se arrastava já o tempo das brincadeiras voava.

     Porém, a impressão que tenho hoje sobre aquele tempo, é que o voo era como um voo de helicóptero que tem a velocidade e a duração necessária para que se aproveitasse cada minuto. Digo isso porque, hoje, olho para as lembranças e vejo quanta coisa rica foi construída naquele tempo que parecia pouco.

    Depois, quando fiquei adolescente continuou igual… As coisas do coração de um adolescente, amores, saudades, vontade de ver alguém, faziam com que eu tivesse a impressão de que o tempo estava estagnado e por muitas vezes desejei que ele voasse, mas quando chegava o momento esperado, então queríamos que esse tempo parasse. Comparo esse tempo ao voo de uma águia, que plana quase parada sobre as águas à procura de um peixe, e quando encontra acelera para o mergulho numa velocidade impressionante.

    Passa o tempo, ficamos adultos e vem as responsabilidades, contas, filhos, projetos, trabalho, e o tempo precisa voar como um avião, para conseguirmos dar conta de tudo, para chegarmos a tempo em todos os lugares que precisamos… Esse voo quase não nos permite aventuras, pois nossa mente está sempre pensando no destino… Por muitas vezes desejo que o tempo se acalme e ande num ritmo mais devagar…

    A vida põe asas na gente, e não importa que tipo de voo estamos fazendo com elas, é sempre importante pousar, pausar, descansar as asas, e planejar o ritmo e o roteiro da aventura, pois voando devagar ou à jato, o tempo passa igual, afinal de contas não é voando mais rápido que teremos mais tempo. A rigor, o que ficará marcado na vida da gente são as lembranças boas que vivemos durante a jornada.

    Bora voar, mas conscientes, com sabedoria e com responsabilidade para que esse voo não nos faça viver rápido demais a ponto de não nos permitir sentir e deixar saudades. Respeitar o tempo é salutar para que o voo seja realmente uma aventura.

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Postado por:

Jácson Lusa

Jácson Lusa

Tradicionalista, poeta, pesquisador, comunicador de rádio e cursando bacharelado em adm. de empresas.

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