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A humanidade fria
A condução política e militar do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, tem se caracterizado por ações que, sob a ótica do direito internacional humanitário, configuram graves violações e suscitam a acusação de práticas genocidas. Sob seu comando, têm-se registrado ataques sistemáticos contra a população palestina, com saldo de milhares de mortos — entre eles, um número alarmante de crianças, mulheres e idosos —, não apenas em decorrência de bombardeios, mas também da privação deliberada de alimentos, água potável e insumos médicos, configurando o uso da fome como arma de guerra.
A pretensão declarada de invadir integralmente a Faixa de Gaza e promover a expulsão forçada de seus habitantes, se consumada, implicará deslocamento massivo de civis, afrontando frontalmente os princípios da Convenção de Genebra e caracterizando limpeza étnica. Tal postura, além de agravar a tragédia humanitária já instaurada, revela desprezo pelos apelos de cessar-fogo e pelas obrigações impostas pelas normas internacionais de proteção à população civil em conflitos armados.
Importante frisar que setores expressivos da própria população judaica — tanto em Israel quanto na diáspora — manifestam-se radicalmente contrários a estas políticas, denunciando que tais medidas não representam a coletividade, mas sim um projeto de poder pessoal, sustentado na radicalização e no prolongamento do conflito.
Ao associar a segurança nacional à perpetuação da violência, o governo de Netanyahu compromete o futuro da região, alimenta o ciclo de hostilidades e distancia qualquer perspectiva de paz justa e duradoura.
Assim, o repúdio às ações empreendidas não se dirige ao povo israelense ou à religião judaica, mas sim a uma liderança política que, em nome de interesses estratégicos e eleitorais, impõe à população palestina um sofrimento que afronta a consciência humana e os valores universais de dignidade, justiça e vida.
Enfim: Quem construiu a cruz de Cristo? Um pobre carpinteiro? Um ditador cruel? Um traidor ganancioso? Um Barrabás que foi perdoado? Ou uma humanidade fria, alienada, corrupta que continua gritando “Barrabás”.