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Corpus Christi e o inverno
Corpus Christi, expressão latina que significa “Corpo de Cristo”, é uma solenidade da Igreja Católica que celebra o mistério da Eucaristia — o sacramento do corpo e do sangue de Jesus Cristo. Instituída no século XIII pelo Papa Urbano IV, por meio da bula Transiturus de hoc mundo, a celebração visa reafirmar publicamente a fé na presença real de Cristo na Hóstia Consagrada.
Tradicionalmente comemorada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, a solenidade remete à Quinta-feira Santa, dia da Última Ceia, ocasião em que Jesus instituiu a Eucaristia. Contudo, diferentemente daquela marcada pelo contexto da Paixão.
Assim, Corpus Christi não é apenas uma comemoração litúrgica, mas um testemunho coletivo da fé católica na presença viva de Cristo, perpetuada no altar por meio do pão e do vinho consagrados.
De outro lado, o inverno não é apenas uma estação do tempo; é um estado de espírito. Nele, os dias silenciam em tons mais brandos e a natureza se despe de excessos, revelando sua essência com uma delicadeza que só os olhos atentos percebem. O frio, que à primeira vista parece austero, na verdade convida ao abrigo — não apenas dos corpos, mas também dos sentimentos.
É no inverno que os afetos ganham novas camadas: um olhar se demora mais, um abraço se torna abrigo, e uma xícara compartilhada carrega mais do que calor — carrega cuidado. As noites longas são cenário para confidências sussurradas sob cobertas, promessas de eternidade ditas ao pé do ouvido, e silêncios confortáveis que dizem tudo.
A bruma nas manhãs outonais que se estendem no inverno parece emoldurar o mundo em nostalgia. As folhas que já caíram inspiram recomeços. Há poesia na geada que adorna a relva, nos vidros embaçados, nas mãos entrelaçadas em busca de calor.
O inverno é o tempo do recolhimento, da introspecção — mas também da ternura. Quando o mundo desacelera, o coração escuta com mais atenção. E é nesse compasso mais sereno que os sentimentos amadurecem, que os gestos sutis se tornam grandiosos, e que o amor, aquecido pelo frio de fora, floresce com mais força por dentro.