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O desafio da transformação moral
Enquanto alguns se perdem na busca de prazeres efêmeros e bens materiais, outros, impulsionados por reflexões filosóficas, questionam a essência da vida. Essas crises, embora desafiadoras, são catalisadores do despertar da consciência. Porém, esse despertar é um caminho de interrogações: “Quem somos?” “Qual a nossa origem?” “Qual a finalidade da nossa existência?” Quando buscamos essas respostas vemos a necessidade da transformação moral.
O desafio dessa transformação está no trabalho contínuo de aprimoramento ético e espiritual, buscando melhorar o caráter e a conduta, tanto individualmente quanto coletivamente. É um processo que envolve a identificação e superação de imperfeições, a busca pelo autoconhecimento e a prática de virtudes, através da mudança de atitudes. Mas no que implicam essas mudanças? Quando elas são necessárias? Por que resistimos a elas? Para nós, espíritas, a lembrança de que temos a necessidade imperiosa de promovermos a nossa melhora íntima, a nossa evolução espiritual é fundamental, pois sabemos que reencarnamos para evoluir e não há evolução espiritual sem mudança.
Toda mudança implica em modificar um estado para outro, uma transição de uma situação ou ação para outra diferente. E, a transformação moral requer o direcionamento adequado e firme da vontade em mudar-se e aperfeiçoar-se, autoconhecer-se e aceitar as características da nossa personalidade que dificultam a prática do bem. E qual a referência que podemos ter, quando nos propomos a essa mudança? Nossa referência de comportamento, de ação é sempre Jesus, mas ainda não atingiremos o patamar desse Espírito perfeito nesta encarnação. Então a nossa meta é atingirmos as virtudes do Homem de Bem, relatado em “O Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo XVII, item 3, quando Allan Kardec define que o verdadeiro Homem de Bem é aquele que cumpre a Lei de Justiça, amor e caridade em sua maior pureza. A Doutrina Espírita representa, neste contexto, poderoso meio de auxílio pois orienta que, a despeito de termos sido criados “simples e ignorantes” estamos destinados à felicidade que, cedo ou tarde, alcançaremos por meio do esforço próprio, contínuo, individual e intransferível. Para seguirmos nesse esforço, é necessário o autoconhecimento que nos leva a analisarmos as nossas ações, nossos pensamentos, e, principalmente, as nossas reações diante das situações vivenciadas nesta época, onde os valores morais parecem invertidos: “o que é certo, parece ser errado; e o que é errado, parece ser certo.” A verdade é que todos nós somos muito resistentes à mudança. Um pouco porque somos espíritos em eterno aprendizado e as mudanças são intimidadoras pois nos induzem a sair da nossa zona de conforto. Outro motivo é porque temos alguns pensamentos negativos que povoam a nossa mente, dizendo que novas metas são difíceis de atingir, ou porque nossos hábitos antigos nos mantêm repetindo os mesmos erros. Para mudar é preciso conhecer. Para conhecer é preciso buscar, aprender. Para aprender é preciso vivenciar. A ação incessante de transformação moral é trabalho de todo dia, de toda hora. A vigilância deve ser permanente, a fim de evitar tropeços e quedas. Por isso chamamos de desafio da transformação moral, que é a mudança do homem velho, carregado de tendências e erros seculares, no homem novo, atuante na implantação dos ensinamentos do Divino Mestre, dentro e fora de si. A perfeição é meta distante, mas cada passo em direção ao Bem é avanço definitivo. O Evangelho de Jesus com seu ensinamento de amor incondicional é a bússola para a reencarnação. O Espiritismo oferece as ferramentas para a caminhada, mas a construção do Ser interior depende de cada um.